domingo, 2 de novembro de 2014

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA TVP - QUAL É O FUTURO?

TROMBOSE VENOSA PROFUNDA - QUAL É O FUTURO DO TRATAMENTO?


Ao longo dos últimos anos o tratamento da trombose venosa profunda envolvia basicamente a anticoagulação plena (medicamentos anticoagulantes para afinar o sangue) associada à terapia compressiva com meias elásticas. Em paralelo, as medidas posturais e comportamentais também faziam parte do tratamento conservador (elevação dos membros, evitar a posição sentada por muito tempo, etc...).

Infelizmente, uma grande parte dos pacientes, mesmo obedecendo rigorosamente ao tratamento clínico, evoluía para a chamada síndrome pós-trombótica (SPT).



Resumidamente, a SPT resulta da destruição das válvulas venosas pelos trombos afetando o funcionamento adequado das veias. Consequentemente, os pacientes podem apresentar desde sintomas leves (inchaço nas pernas ao final do dia, sensação de peso, etc...) até sinais graves de insuficiência venosa crônica (edema grave, dores insuportáveis, úlceras venosas...).

Recentemente, o tratamento cirúrgico das tromboses (através de cateterismo seguido pela aspiração dos trombos e injeção de drogas que dissolvem os coágulos), principalmente nos grandes vasos, ganhou espaço na prática médica apresentando resultados animadores.

Porém, nenhum grande estudo científico impactante foi realizado documentando a superioridade do tratamento cirúrgico em relação ao tratamento clínico, apesar de alguns trabalhos menos abrangentes já sugerirem benefícios importantes do tratamento cirúrgico.

Felizmente, um trabalho de alto nível e grande impacto está em andamento nos EUA envolvendo em torno de 40 a 60 Hospitais e mais de 690 pacientes portadores de trombose venosa profunda sintomática. Os mesmos serão randomizados (escolhidos ao acaso) e inseridos em dois grandes grupos:

No primeiro grupo, os pacientes serão submetidos ao tratamento cirúrgico por cateter seguido pela anticoagulação plena habitual associada ao uso de meias elásticas.

No segundo grupo, apenas a anticoagulação e as meias elásticas serão utilizadas.

Em resumo, este estudo conhecido por ATTRACT objetiva comparar os resultados do tratamento cirúrgico das tromboses no território ilíaco e femoral com o tratamento clínico habitual. Após a conclusão do mesmo, cinco questões poderão ser respondidas:

O tratamento cirúrgico é capaz de melhorar a qualidade de vida dos pacientes?

O tratamento cirúrgico é capaz de reduzir a incidência da síndrome pós-trombótica em relação ao tratamento clínico?

O custo-benefício deste tratamento é aceitável?

O tratamento cirúrgico é seguro?

Através de que mecanismos o tratamento cirúrgico preserva a função das válvulas venosas?

Caso as respostas sejam positivas em relação aos benefícios da abordagem cirúrgica na trombose venosa profunda, poderemos estar diante de um grande recurso para evitar as complicações desta patologia e, certamente, proporcionar uma melhora da qualidade de vida para a população acometida.

Aguardamos atentos e ansiosos.


Para mais informações, visite o site do estudo: attract.wustl.edu/

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